AGIMOS COMO APRENDEMOS
Fui viver numa outra paróquia,
Pois aqui já não tinha emprego,
E o trabalho que temos na roça,
Não sustenta e não dá sossego.
Quem trabalha não ganha dinheiro,
Mas enriquece quem for o patrão,
Pois o suor não diz ser janeiro,
Mas detém seu cansaço e emoção.
Nascer rico ou em berço de ouro,
Só me lembram debates na ágora,
Pois quem tem a coroa e os louros,
Talvez saiba usar da mandrágora.
Não adianta ter cobrança da fé,
Se ninguém partilhar seu amor,
Como o gosto por chá ou café,
Não dirá se é frio ou calor.
Todos nós temos mesmas origens,
Sendo a espécie que pede cuidado,
Até mesmo quando a mãe é virgem,
Com um arcanjo estando ao lado.
Nós só agimos como aprendemos,
Pois o ódio e furor são feitiços,
Não estando na casa ao nascermos,
E, por isso, nao queira os vícios.
Não prescinda do amor que abraça,
Pois o apelo que mata é psicopatia,
De quem proclama ser bom na praça,
Mas, na real, vive uma fantasia.
Seja claro, até quando desespera,
Pregue a paz, porque ela edifica,
E diga ao vizinho o que espera,
Se Deus nos diz: - Não complica!