
A GANÂNCIA
Eu tropeço nos dias de guerras,
Quando eles se tornam normais,
Onde há loucos com motoserras,
Que se fartam de nós, os mortais.
Eu dependo de cruzar montanhas,
Mas nem sempre terei um caminho,
Porque vejo só teias de aranhas,
Nos segredos do meu pergaminho.
Mas eu teimo em cavar os mares,
Na procura das rochas de Órion,
E o que vejo não são os altares,
Nem as piras do meu promontório.
Navegamos com os pés na terra,
Porque a Terra navega no cosmos,
E a nave contorna outra serra,
Que esconde a luz de meus rostos.
Todos nós temos olhos e caras,
Para as situações que insurgem,
Se o passado é muro e escaras,
Mesmo havendo luar e nuvens.
Não há dia para buscar a paz,
Porque ela traz a eternidade,
Pois eu falo de Gaza, rapaz,
Que demonstra nossa realidade.
Temos que acabar com o terror,
Mesmo quando ele nos confunde,
Pois quem exalta tanto fervor,
Às vezes é a moral que ilude.
Vejo a Palestina e o seu sofrer,
Mas também os loucos sionistas,
E a ganância por terra e poder,
Como houvesse um Deus egoísta.
Clamo, assim, a quem me ouvir,
Sobre horrores de guerras ao vivo,
Que nos pedem não nos omitir,
Pois toda guerra é sem motivo.