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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

CISCOS DE AREIA

CISCOS DE AREIA

 

Como devo falar com estranhos,

Se eu for pra bem longe daqui,

E estou a andar pelos sonhos,

Com pessoas que eu nunca vi?

 

Minha língua é muito estranha,

Pois eu falo e ninguém entende,

E se escrevo na pressa tamanha,

Erro até o que tenho na mente.

 

Esse mundo é extenso e diverso,

Mesmo sendo a única morada,

E parece ser noutro universo,

Que depende de outra estrada.

 

Não serei quem abrace e beije,

Nem sei se viverei noutro portal,

Pois meu cerne talvez nem deseje,

Os retratos que posto em jornal.

 

Por aqui somos ciscos de areia,

Ou a pulga nas costas de um cão,

E não sei se irei ser sereia,

Pois nem sei como ir a Plutão.

 

No lado de fora eu vou sozinho,

Mas por aqui também há solidão,

E tanta gente aumenta o espinho,

Com que ferem e me tomam o pão.

 

A vida é efêmera e eles esquecem,

Ou se fazem de burros ou néscios,

Pois quem rouba o que lhe apetece,

Nem supõe as razões do comércio.

 

Querem ser como Europa e Zeus,

Mas o tempo dos deuses findou,

E não há nem mesmo um semideus,

Foi assim que o profeta falou.

 

Só sobrou o corpo que transpira,

Sem ter alma e nem purgatório,

Sem um céu, o inferno e a pira,

Pois o fogo queimou o cartório.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 14/01/2025
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