LUA E MAR
José estava num monte,
Buscando por um luar,
Em frente ao horizonte,
Olhando pra rio e mar.
Era noite de um infante,
Sempre de pé a respirar,
Mas sem um rio adiante,
Nem pôde olhar pro mar.
José não é só delirante,
Então, ele pôs-se a jejuar,
Na nave em que foi gigante,
Sob a lua que foi consultar.
Ele ia num jeito ofegante,
Com seu barco a balançar,
Nas ondas de cada instante,
Nas marés de lua e mar.
Bem diante da grande baía,
Numa ilha José foi morar,
Com a vida que ele queria,
E sorria pra lua e o mar.
Meditando, à noite, como sabia,
Desse jeito José esteve a orar,
Sendo a lua seu farol do dia,
Numa praia diante do mar.