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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

ENQUANTO O DIA NÃO CHEGA

ENQUANTO O DIA NÃO CHEGA

 

Há tempos de seca e de chuva,

Como dias de sol e os trovões,

Há horas que são das viúvas,

E chuva com sol nos verões.

 

As estações no sul são dilemas,

Pois não há outono e primavera,

E um arremedo de inverno apenas,

Deixa um longo verão que impera.

 

Quando eu era pequeno e inculto,

Não sabia do valor ecológico,

Caçava passarinhos sem um luto,

E hoje sei o porquê do relógio.

 

Talvez já seja tarde demais,

Pois selaram quintais e ruas,

Se nas praças sobram pinhais,

Mas, no resto, carros e gruas.

 

Não há mais o jardim e a grama,

Nem abelhas, canários e lírios,

Pois o homem só busca a grana,

E a fuligem nos pede colírios.

 

Ferem a terra com suas lanças,

Como ao perfurar por petróleo,

E castigam o corpo nas balanças,

Gordos como jubarte em abrolhos.

 

Hoje vivem sem ver consequências,

Por se acharem os seres divinos,

E não sabem quem dará anuências,

Para os erros que selam destinos.

 

Quando as geleiras derreterem,

E os pampas virarem desertos,

Não adiante eles me prometerem,

Pois a vida será nos infernos.

 

Todos irão conhecer o tártaro,

Inclusive verão o riso de Hades,

Porque cérbero rosnará de fato,

E depois vai comer suas carnes.

 

Mas, enquanto o dia não chega,

Viveremos de fogo e enchente,

E o oculista somente lhe cega,

Pois desde antes estais doente.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 10/01/2025
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