BICHO PAPÃO
A luta de cada espécie é árdua,
E sobreviver é uma incógnita,
Pois o homem não se resguarda,
E procura a guerra sem lógica.
A regra do mundo é só vicejar,
E entre animais há instintos,
Onde o certo é querer só amar,
Mas nós temos modos distintos.
O ser humano é um bicho papão,
Mas ele devora é a si mesmo,
Numa luta intestina sem razão,
Matando seu semelhante a esmo.
Em vez de guerras, quero saraus,
Em vez de bombas, quero sorvete,
Porque não preciso de um arsenal,
Mas quero um luar sem foguete.
Se sentares na varanda de casa,
E olhares pro céu com estrelas,
Irás entender que essa vida é rasa,
E sendo breve, porque perdê-la?
Mas fica o meu questionamento:
Se queres viver, porque o egoísmo?
Pois é tácito que tudo é momento,
E só é preciso não criar abismos.
Ninguém é autóctone num planeta,
Pois não se nasce em suas luas,
E na nossa espécie tem profetas,
Mas também há poetas nas ruas.