Ó ROSA!
Não se desespere, ó rosa!
Pois tudo aqui é efêmero,
Eu me achando sobre rodas,
E tu temes o meu veneno.
Sejais altiva, ó bela rosa!
Porque sei do seu perfume,
Que a torna tão charmosa,
Mas nos causa até ciúme.
Espalhe o pólen, dona rosa,
Entre abelhas e mangangás,
Leve as pétalas e a prosa,
Pra no banho eu te escutar.
Sendo sempre a mais sedosa,
Não se esqueça dos espinhos,
Pra dizer que és cheirosa,
Mas tu cortejas nos caminhos.
Tu te entregas às cerimonias,
E adorna festas de casamento,
E nas bodas tu nem sonhas,
Pois teu lema é ser fermento.
Tu nos lembra sobre o amor,
E as paixões mais envolventes,
Com teus buquês de tanta cor,
Mas, no fundo, és tão carente!