PROMESSAS AO CLÃ
Não há dia pra morte diária,
Pois não sabemos nossa hora,
Salvo quando se faz eutanásia,
Como um fruto jogado fora.
Todo ano vem com um obituário,
E ninguém fica pra semente,
Mas não vá ao olho de sagitário,
Pois o centro galáctico é quente.
Para a sobrevida use os portais,
Que nos levam a outras dimensões,
Pois além daqui há bem mais,
Muito mais do que nossas visões.
Eu não digo que há paraíso,
Porque ele é aqui e agora,
Mesmo que me creiam Narciso,
Mas somos segundos da hora.
Não devemos deixar pra amanhã,
O abraço e o beijo ofertados,
Pois o tempo promete ao clã,
Só sementes, colos e fardos.
É preciso deixar ódio e guerra,
E também não prestar-lhes culto,
Nem achar ser o melhor da terra,
Quando ela se basta, ó maluco!
Tentem ter consciência e nexo,
Sobre a nossa breve existência,
Pois quem for a planeta diverso,
Não viverá para ter evidências.
Se temos águas, terras e clima,
Como será Andrômeda e Cão Maior?
Mesmo que sejas centauro de crina,
Pois os titãs namoram nosso Sol.