A RIQUEZA DE SER
Muitos de nós convivem iludidos,
Pois faltam noções de efemeridade,
Enquanto os corações são partidos,
E não há quem nos diga a verdade.
Hoje tudo é pobreza ou riqueza,
E ninguém se contenta com nada,
Pois há um vendaval de avareza,
Onde o capitalismo me amarga.
Somos como condenado em patíbulo,
Vendo a corda sem poder contrapor,
Tendo algozes em cada capítulo,
Mas o tempo é que mostra o valor.
Não há dono do tempo ou da sorte,
Se tudo isso pertence ao mistério,
Mesmo quando discordam da morte,
Onde um circo sorrindo é sério.
Um palhaço sorri pra alegrar,
Mesmo cheio da própria fraqueza,
Pois o seu mister é entregar,
Ilusões pra sanar as tristezas.
Usem máscaras pra se divertir,
Mas não use para ter seu amor,
Pois a vida é real pra sentir,
Não as fábulas sem fel ou dor.
Vejam todos o que vale a pena,
E não talhe a madeira pra ter,
Pois o gozo é como os poemas,
Que decantam a riqueza de ser.