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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

SEM QUERER FINAL

SEM QUERER FINAL

 

Me vi sobre um lençol d'água,

Mas não foi lá que eu sofria,

Sendo noite e a lua brilhava,

Onde lobo e coruja sorriam.

 

Na surdez que me deu quietude,

Não ouvi nem a uivo ou piados,

Mas o vento me pedia atitude,

Antes do navio estar ancorado.

 

Lá eu vi que os peixes saltavam,

E achei serem naves do hospício,

Num ataque onde já me cercavam,

E nos atóis tive o meu ofício.

 

Hoje eu não vou ao mar profundo,

Pois tiraram minhas barbatanas,

E já não posso sair pelo mundo,

Mas ainda sou o calor da chama.

 

Vejo os rios sujarem meu lar,

E a água maculada por esgotos,

E uma voz amiga brota do mar,

Querendo que lembrem dos botos.

 

O mar é colo de mãe e fartura,

Mas precisa de respeito agora,

Porque toda oferta gera fatura,

Se a vida é um mar que implora.

 

Eu sei que o planeta me abomina,

Pois sou esse ser imprevisível,

Se falo de amores e uso a rima,

Mas quero do mundo o impossível.

 

Queremos a eternidade do imortal,

Sem aceitar dividir essa benesse,

Então, ao viver sem querer final,

Vamos saber o que nem acontece.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 03/12/2024
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