ENTRE MILÊNIOS
Finais de milênios são sombras,
Se o reinício for como os sóis,
Mas vou lembrar das catacumbas,
E quando eu vi morrer girassóis.
Foi muito lixo e suas inverdades,
Quando a dona mentira nos ensinou,
Tirando textos de outras verdades,
E fizeram da bíblia o que restou.
Não sou pecador pois não há pecado,
E cada virtude depende da opinião,
Pois cada bebê é em puro estado,
Por não conhecer nem anjo ou cão.
Errar sempre foi um modo de vida,
Mas nunca digas que começou assim,
Pois certo e errado tem nossa medida,
E questões de fé é flor de jardim.
As flores não são a razão da vida,
Mas trazem o pólen que nutre abelhas,
E da sua sobra outra vida convida,
Pois une o sol à sombra de telhas.
Disseram que estamos entre eras,
Saindo de peixes e vendo aquário,
E com as turbulências tu ponderas,
Mas não é Deus, só um legionário.
Ninguém entendeu sermos criaturas,
Sem raça ou etnia que nos aproxime,
Pois criaram dinheiro e partituras,
Sem perceber que o ódio é crime.
Tocam instrumentos só para o réquiem,
E esquecem de sublimar nossa ganância,
Pois a morte chega e ceifa a messe,
Nutrindo o caos, sem fé na infância.
Fazem as guerras e matam esperanças,
Pois cada criança é o nosso futuro,
Que não virá para um povo apenas,
Se irmã com irmão da fruto obscuro.
Não vejo iguais nessa dimensão,
E o tempo não permite ir além,
Então, vou viver a crua versão,
Que me pede o amor, axé e amém!