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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

AÇUCAR OU SAL

AÇUCAR OU SAL

 

Caiu mais um dente do vampiro,

Daquele que veio ao novo mundo,

Se é que estou vivo ou suspiro,

Pois já não há sangue no mundo.

 

Esses vampiros devoram a terra,

Pois quando não matam, destroem,

E sob escombros escondem a selva,

De onde o mal e o ódio constroem.

 

Um dia as pessoas irão acordar,

E o transe nefasto irá se esvair,

Pois a paz é preciso ao andar,

Pra não termos tropeços ao ir.

 

Nossa caminhada ninguém repara,

Mas os vermes precisam findar,

Senão vão sobrar só ossos na cara,

E o meu olho não terá seu lugar.

 

O que perdura é o terceiro olho,

E eu lhe uso para ver o luar,

Onde escorre a luz que me molho,

Porque sigo as estrelas do mar.

 

Vou às profundezas da zona abissal,

Pois lá são passagens e portais,

Onde a vida não é açúcar ou sal,

Porque, às vezes, somos canibais.

 

Quem sabe um dia seremos a fênix,

Mas não nesse corpo e nesse lugar,

Pois na terra é a pé e sem tênis,

E o vento é o sopro de um quasar.

 

Vou adentrar os buracos do abismo,

E no caos vou deixar o meu rastro,

Mesmo as aves em vôos de risco,

Pois quero ser águia ou ser astro.

 

Não vou pedir lágrimas da chuva,

Pois sou como o vento na praia,

Porque sei o que vem da saúva,

E eu digo: - Sou rabo de arraia!

 

Mas um lobo não teme inimigos,

Porque sabe da própria altivez,

E se cerca do clã e de amigos,

Para que possa viver outra vez.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 27/11/2024
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