QUERER LIBERDADE
A liberdade é a nossa inocência,
Mas ela também nos quer atentos,
Para sabermos além da ciência,
Porque a loucura é cela ao vento.
Dentro dela somos todos fiéis,
Onde o sacerdote nos ignora,
Se acha que tudo merece amém,
E na oração são juros de mora.
Querem tudo e de modo secular,
Doutrinário e de jeito funesto,
Diferente de minha ave a voar,
Ou dos versos que eu manifesto.
Querer liberdade é correr risco,
E quem fecha a porta nos tranca,
Pois estamos em queda no abismo,
Onde a maldade é bolo com fanta.
Todo ser que é livre é invejado,
Por aqueles que criam as guerras,
Onde fascistas são donos do gado,
Ou argola e muralha na terra.
Há quem precise perder lucidez,
Porque a vida lhe traz sofrimento,
E vão ao velório como bola da vez,
Onde lhe dizem ser o seu evento.
Somente em outro céu ou portal,
Teremos direito ao pleno gozo,
Pois nós somos aquele mortal,
Que almeja um deus dadivoso.
Mas Deus é um verbo de criação,
E não para, pois ele é sem dia,
E não é passado ou futura ação,
Pois ele é bem mais anarquia.
Se houvessem regras estáticas,
Acerca dos idos, futuro e presente,
Como seria uma vida monástica,
Perante um corpo ausente?