NÃO ME DIGA
Não me diga que o amor faleceu,
Pois ainda vejo empatia com Gaza,
E percebo que o sionismo é ateu,
Com a fé fria - um bicho de lata.
Não vou onde assentam os judeus,
Pois corro risco de fuzilamento,
Se eles não aceitam um dos seus,
E nem Jesus lhes dará salvamento.
Se eu tiver que sangrar, que seja,
Mas meu sangue só nutre enfermos,
Pois não dou ao vampiro que beija,
Me dizendo quais são seus termos.
Meu viver é por graça dos céus,
Pois nasci em um colo já seco,
E se ainda lhes faço escarcéus,
É por causa do jeito que peco.
Já sofri bem mais que um louco,
Pois andei os desertos sem cura,
E de tudo eu vi mais um pouco,
Senão muito em minhas agruras.
Caminhei nas crateras da lua,
Porque sofri todos os impactos,
Com os seus meteoros nas ruas,
Mas eu tenho que lhes ser grato.
É melhor o inimigo cara a cara,
Do que ele infeliz pelas costas,
Pois eu sei as dores da escara,
Desde que me fecharam as portas.
Mas a vida se esvai para todos,
E esse mundo vai gozar sem nós,
Podres humanos tão pecaminosos,
Que nem o mar nos aceita atóis.