EMBRIAGUEZ E VIRTUDES
O poeta se embriaga de poesia,
Quando não o faz com virtudes,
Mas lhe entristece a fantasia,
Em que a morte tenha atitudes.
Ninguém pode evitar morte física,
Mas é crível ser eterno em versos,
Pois as vidas virão pela cantiga,
Que o poeta criou pelo Universo.
Há poetas para cada dimensão,
Pois só eles transpõem portais,
E há quem se liberte da prisão,
Pelos versos de seus imortais.
A vantagem do poeta é a ética,
Diferente da idolatria moral,
Porque cada costume sem ética,
É só tréplica de um ser canibal.
Vejam como o homem come a si,
E como ele devora os contrários,
Mas, percebam que ainda há o se,
Quando tuas razões são templários.
Nós tivemos guerras que perduram,
Porque nunca encerram os ciúmes,
Se ao ver o que ao lado postulam,
Nos dizem que são só queixumes.