SERÁ LIVRE ARBÍTRIO?
Sempre me disseram sermos livres,
E que Deus nos permite escolhas,
Mas, logo, nas noites mais tristes,
Percebi que vivemos em bolhas.
Estar fora das redomas e signos,
Onde a vida pode ser impossível,
Traz lembranças de tempos idos,
Tempos de cada hominídeo nocivo.
Estar sem rumo é livre arbítrio?
Ou será apenas opção sem escolha?
Pois o barco à deriva é maldito,
Onde o sonho, ao vento, é folha.
As folhas secas são lembranças,
Da safra de frutos e a colheita,
Mas também falam das esperanças,
Ou de quando a vida é estreita.
Certa vez combinaram um dissídio,
Mas a carta não veio pelo estafeta,
Porque tudo foi caso de perfídia,
Como se fôssemos sátiros capetas.
Todos nós temos dois lados,
Como na união de um zigoto,
Mas nem tudo já está julgado,
E por isso ainda estou rouco.
Sou sincero e na praça proclamo,
Mas nem todos estão preparados,
Pois quem não sabe onde estamos,
Terá dores, descalço ou calçado.