TENHO SAUDADES
O gosto pelo mar eu devo à brisa,
Pois ganho mais calma na praia,
E, de lá, eu contemplo a vista,
Quando, à noite, sonho com Gaia.
Gaia é mãe, porque ela é terra,
Sendo o colo da vida e do mar,
E aceita ter a Zeus e Minerva,
Como Hermes e Éolo em pleno ar.
Desse mar, como represa de Gaia,
Colho os peixes para me alimentar,
Com escamas ou couro de arraias,
Com moluscos e crustáceos que há.
Sempre vou celebrar com banquetes,
Tendo Baco e a melhor cornucópia,
Mesmo quando eu usar molinetes,
Num lugar que me lembre a roça.
Também quero as margens do rio,
Se os pitus me atiçam o apetite,
Com as sombras de copas e o frio,
Donde nascem veios para Afrodite.
Falo das águas dos rios e do mar,
Pois são elas as bençãos da vida,
Sob o Sol, com estrelas e luar,
Que me fazem chorar sem medida.
Nesse planeta, que é tão lindo,
Há excessões, como há humanidade,
Pois ninguém saberá ser benvindo,
Se torturam e matam de verdade.
Os contrastes são aves e esquilos,
Ou a corsa que me lembra o melhor,
Se foi vendo na teve dos antigos,
Que entendi de luz, noite e suor.
Hoje eu tenho saudades da infância,
Pois não tinha maldade ao querer,
E bastava encher de frutas a pança,
Ou fechar os olhos pra se esconder.