O QUE DEVEMOS
Só quem dorme sob escravidão,
Sabe o quanto fere um pesadelo,
Pois cada agonia tem uma razão,
Sem liberdade e até sem cabelo.
Há quem nunca vá saber,
Mas o câncer não é tolice,
E a guerra ninguém vai vencer,
Se ela é um vulcão ou sandice.
Não creia em ar puro com lavas,
Nem busque perfume em chorume,
Mas se porte além das palavras,
Parando o mal que nos consome.
A paz é o fermento para soluções,
Mas um prédio chamam de edifício,
Porque não é fácil termos razões,
Mas nenhuma guerra traz benefício.
Se não concordarmos cabe o diálogo,
Sentados na távola, mas sem um rei,
Buscando a partilha de tudo ou algo,
Com a honestidade servindo de lei.
Devemos plantar e curar os desertos,
E trazer a água para todos os lares,
Varrendo o chão em caminhos abertos,
Doando ao futuro melhores lugares.
Não vá extinguir nossa diversidade,
Pois gente igual só faz mongolóide,
E a tolice se cria em vila ou cidade,
Se lá não convivem cabra e bode.
Viveríamos somente como o ermitão,
Sozinhos e sem voz ou perspectiva,
Pois uma andorinha não faz verão,
Nem nos motiva a seguir nessa vida.
Mas somente o amor nos fortalece,
E torna verdade o que vou sentir,
Como esperança que rejuvenesce,
Ou a paz que permite existir.