MODO PERPÉTUO
A evolução humana é no mundo,
E porque só querer em espírito?
Se ninguém que deixou esse mundo,
Retornou para o que tá escrito.
Se Deus me escrever, como lerei?
E se Deus intervier, como será?
Mas a regra é ser livre ou rei,
Pois só o servo é quem sofrerá.
Todos nós almejamos a realeza,
Sem saber que ela é só fantasia,
Não tornando imortal a alteza,
Nem mesmo quem lhe faz companhia.
Estar no vácuo do caos sendo luz,
Vale a pena se formos estrelas,
Porque sendo um mero astro azul,
Dependerá de quem está nas celas.
E não adianta querer a Kripton,
Pois ele também vai ser varrido,
Onde as chamas do sol que edito,
Vão sancionar cada gozo obtido.
Há quem vá idealizar o pós morte,
Mas ninguém vai viver pra certeza,
Se a mesa em que julgam a sorte,
Será a mesma que somam à despesa.
E essa vida é juntar ou gastar,
Mas no fim o que vale é o sabor,
Que alguns podem até degustar,
Ao provar do que fez e salvou.
Nessa vida há um modo perpétuo,
Que depende de guardar memórias,
Pois o resto torna-se em desafetos,
Que sangram na minha história.
Nosso consolo é ter valido a pena,
E ter sido amparo de quem precisou,
Dividindo sua pipoca num cinema,
Ou sorrindo pelo afago que ganhou.