NA CHAPADA
A formiga andava pela ravina,
Depois de tanta água da chuva,
Só não era o Raso da Catarina,
Mas a Chapada de rios e curvas.
Diamantina é o nome da área,
Que se mistura com um cráton,
E o relevo é de beleza rara,
E suas cachoeiras dão o tom.
É dali o veado campeiro,
E também tem o lobo guará,
Mas o bom teiú é ligeiro,
Pois a sussuarana está lá.
Vários rios nascem na Chapada,
E o clima dali não tem rival,
Pois a altitude tem madrugada,
E seu frio nos lembra o natal.
Lá tem casas com forno e lareira,
Mesmo vendo chegar torre eólica,
E o clima permite amoras e peras,
Além dos cafés e chás para cólica.
Ali vi marmelos e uma mangabeira,
E tem morangos, jatobá e cocada,
Mas sobram as grutas e ladeiras,
Com os poços de água encantada.
Chapada Diamantina é o seu nome,
Devido a garimpagem tão aludida,
Mas ficou a garapa como codinome,
De vinho, cachaça e cana moída.
Naquele lugar, que é tão extenso,
Tem beija-flores, sofrês e sabiás,
Mas também há memória e consenso,
Por guardar licores até de cajá.