OS DIAS QUE CABEM
É fim de semana de um calendário,
Mas fico pensando que estou longe,
Eu vivo em Urano e quero Sagitário,
Mas o centro galáctico é onde?
E os dias que cabem numa semana,
Seriam maiores ou curtos demais,
Diriam que devo achar tão bacana,
Um breve descanso, ou Deus quer mais?
Disseram pra mim que poder emana,
Mas fico pensando e estou cansado,
E como seria Deus morto na cama,
De tanto trabalho não acostumado.
Eles contam os dias e não concordo,
Se a conta não fecha com as horas,
Pois há mais minutos quando acordo,
E os dias e anos são das caiporas.
Nós temos passado e temos futuro,
Porque o presente é como ver éter,
Que logo evapora, mesmo no escuro,
E quando acordo, ainda há vésper.
Se for madrugada, eu vejo a lua,
De onde o príncipe vê o elefante,
Ou cada jibóia com a alma nua,
Que tem na barriga um almirante.
E quando rasgarem cada jibóia,
É quando o marujo verá a estrela,
Que pensa ser vésper, eis a estória,
A qual foi contada sem concebê-la.
Disseram, certo dia: - Cortem o nó!
E ocorre a fábula de ser Alexandre,
Mas veio a fada e soprou o seu pó,
Que deixou Pan sem seu andaime.
E ele voou sem ter asas ou orelhas,
Pois Dumbo se fora além das savanas,
Que ainda não vejo, devido às ovelhas,
Comidas assadas, como as iguanas.