TEMPO DE REDEMOINHOS
Às vezes é preciso um simbolismo,
Quando matamos diariamente um leão,
Porque a luta é com o capitalismo,
Que não partilha nem um só dobrão.
Nós dizemos que a guerra é perdida,
Quando falamos não haver objetivo,
E nos torturamos enquanto há vida,
Mesmo sem saber o que é relativo.
Vivemos num tempo de redemoinhos,
Que nos engolem enquanto afogam,
Como areia movediça sob os ninhos,
Tragando os filhos que afloram.
Todos nós lutamos por felicidade,
Pois é o que buscamos na caminhada,
Mesmo com os tropeços pela cidade,
Em cada desnível, caindo da escada.
Cada margem de lucro é só prejuízo,
Porque quem ganha é o mais egoísta,
Roubando nós todos, sem dar o aviso,
Pois é político e talvez fascista.
Tipos execráveis atuam no mundo,
Como sionistas ou donos de bicho,
Mas são águas de um poço imundo,
Enquanto os ratos comem do lixo.
Há conflitos de destro e canhoto,
Mas no centro estão os vampiros,
E as bolsas serão casacos rotos,
Pois não velam meu único suspiro.