NOSSA VIDA É LIGEIRA
Quem se sabe escravo, trabalha,
Pois assim se alimenta os nobres,
E quando quer ser rico, ele rala,
Porque nasce no berço dos pobres.
Toda manjedoura é um arquétipo,
Ou seria a miséria ultrajante,
De quem nasce num modo poético,
Mas suspeita não ser o infante.
Todos querem ser nobres um dia,
Porque a miséria é algo nefasto,
Mas devem saber com a nostalgia,
Que já não cabe na vida de fausto.
Temos bilhões de corpos com fome,
E é preciso ter água e alimento,
Mas a tecnologia não tem um nome,
Que suplante o orgulho e o tempo.
A esperança dos homens na Terra,
Cobra a paz como regra pra vida,
Pois a guerra não só nos enterra,
Mas demonstra a viagem perdida.
É como dizer que não há destino,
Mesmo quando há mapas e caminhos,
Ou nós temos só cornetas e sinos,
Pois não bastam flores e espinhos.
Uns só querem uma vida brejeira,
Enquanto outros querem ter luxo,
Mas no fim nossa vida é ligeira,
Que já não sei o que sou ou uso.