× Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

QUEM COME OS CAMARÕES

QUEM COME OS CAMARÕES

 

Um pobre poeta é como um profeta,

Ou cada eremita no solo desértico,

Mas que é rico como monge asceta,

Quando se sustenta de modo ético.

 

A riqueza contrasta a pobreza,

Mas nos mostra também a luxúria,

Quando se esbalda como nobreza,

Sem saber porque ela é espúria.

 

Não há ilusões quando se é pobre,

A não ser pelas propostas de fé,

Até mesmo se a esperança é nobre,

Ou quando o trem o aceite de pé.

 

Aos pobres não há convite à mesa,

Para não constrangerem os ricos,

Quando pescam camarões na represa,

Mas já sabem quem os come fritos.

 

O rico pode ir ao teatro de ópera,

Enquanto o pobre ri da própria dor,

Mas o consolo que a vida espera,

Nos fala de quem carrega o andor.

 

É nas procissões que se calam,

Os protestos em nome da miséria,

Pois, feridos, joelhos se escaram,

Porque as promessas são sérias.

 

E os humildes já não são exaltados,

Porque não há mais fé no sistema,

Seja no capitalismo ou no cáucaso,

Pois há algoritmos até no cinema.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 01/07/2024
Comentários