PROFECIAS OU VIVÊNCIA
Minhas palavras não são profecias,
Mas elas são frutos da vivência,
Que editam os dias como heresias,
Porque o oráculo quer indulgência.
Faço meus poemas da lava do mundo,
Que brota dos vulcões que abraço,
Quando ninguém quer ser vagabundo,
Mesmo que a chuva corroa o aço.
A linha que separa joio e trigo,
Separa os sentidos do bem e do mal,
Mas também é guia ou subentendido,
Quando indica ou nos leva ao final.
Mas eu vos digo, não creia no homem,
Pois há no planeta seres melhores,
Que não se perpetuam pelos nomes,
Porquanto houver ânsia por valores.
Eu, que já vivi nas matas do Saara,
Que hoje é areia soprando ao vento,
Declaro que a vida traz as escaras,
De cada ferida oculta no tempo .
Sei que palavras podem ser armas,
Mas também sei que curam tormentos,
E faz um povo cumprir seus carmas,
Ou servem de luz aos sentimentos.