VAMOS TODOS NAVEGAR
No ocidente só há narcisismo,
Pois renegam existir outro lar,
Mesmo em África ou sob abismos,
Que sucumbem Atlântida no mar.
Desde os tempos greco-romanos,
Que um preto de África inexiste,
Pois o grande oriente é engano,
Que deixou Alexandre tão triste.
Lá o rei ficou sem amor e amigo,
E a febre dividiu seu império,
Porque nada do que tenho comigo,
Levarei para o mar do mistério.
Vamos todos navegar com Caronte,
Em um barco que nos cabe e farta,
Mas enquanto estamos na fonte,
Nós devemos registrar numa carta.
E o selo, a cola e o carteiro,
Se resume em receber o bastão,
Tendo prole que vença janeiros,
E defume a carne para o feijão.
Vai ter dias de atraso ou progresso,
Mas também podemos ter dia de nada,
Pois a natureza é que dita o verso,
Onde a maldade quer terra arrasada.
Só o bom samaritano quer justiça,
Quer paz e o direito à fé e ao pão,
Quer suas oliveiras e não a malícia,
Mas o sionismo só quer devastação.
Eu vi faraós, reis e prostitutas,
Vi todos guerreiros e sacerdotes,
Enquanto morriam em suas disputas,
Achando-se donos de vida e dotes.
Tudo é presunção, inclusive divina,
Pois ninguém sabe para onde vamos,
Se a estrada que leva até a esquina,
É a mesma que encerra o que somos.
O mundo gira, enquanto circunda,
Mas não há tempo para a viagem,
Porque seremos vítimas da funda,
E não adianta a fé ou coragem.