MEUS DIAS SAO RESTOS
Os meus dias são restos de humanidade,
De um modo ideal que não há mais hoje,
Mesmo quando Platão expôs as verdades,
Na idéia de sombras que ainda me foge.
Eu nasci na transição de velho e novo,
Do modo artesanal pra usar computador,
Que tinha tribos, mas agora nem povo,
Pois tudo é mistura e sem meu valor.
Já não há amores, mas só as paixões,
Nem há mais a ética, mas louca moral,
E tudo só serve às castas dos cães,
Se é desse modo que falamos do mal.
Estamos perdidos querendo estrelas,
Mas nem mesmo o mar nós conhecemos,
Nem vamos sair do planeta pra vê-las,
E eu digo que a luz já não temos.
Tudo que vemos é apenas passado,
E o que temos do amanhã não é nosso,
Pois o pesadelo que dorme ao lado,
É saber que só hoje eu não posso.
E quem pensa que verá o amanhã,
Deve apenas viver cada momento,
Pois quem vai pra aula de manhã,
Pode não ter outra tarde a tempo.