ALÉM DAS COLINAS
Um sábio andou pelos campos,
E lá deparou com os rochedos,
Que vieram de tempos romanos,
Onde a loba uivava bem cedo.
Mas também viu a Remo e Rômulo,
Que estavam desnudos com fome,
Quando a loba fez um escândalo,
Porque deu seu leite a homens.
Foi além das colinas de Roma,
Nos primórdios do povo etrusco,
Que juntos a gregos se somam,
Num tempo que precede Augusto.
Se olhássemos a saga de Tróia,
Ou lembrássemos do voo de Ícaro,
Talvez fossemos ler as estórias,
De Ulisses na odisséia e Olimpo.
A fé que uniu romanos e gregos,
Surgiu das verdades do cotidiano,
Ligadas à terra e seus segredos,
E às artes de Zeus com humanos.
A idéia de haver um ser supremo,
Advém de medos ou insanidade,
Pois não sei o tempo que tenho,
E pra onde eu irei de verdade.
Não sabemos o porquê dos sabores,
Nem como suportam meus chiliques,
Talvez seja por ódio ou os amores,
Que tanto fermento nos alambiques.
Os homens se drogam com ilusões,
E usam de tudo, menos a caridade,
Querendo riquezas em todas versões,
Com dores ou fartura de falsidade.
Se todos buscassem a paz da partilha,
Sem vontades ignóbeis sobre o prazer,
Diria que a água não cercaria a ilha,
Mas seria fonte e lago do nosso ser.