LABIRINTO E ABELHA
Se eu deparo com abelha avulsa,
Ou besouros buscando uma flor,
Devo ter a orelha que expulsa,
Ou anestesiada pra não sentir dor.
Já pensou se eles buscam refúgio,
E como casulo quiser teu ouvido,
Vai ferir o labirinto em mergulho,
E é isso que vai causar zumbido.
E se tu estiveres numa rocinha,
Longe de hospitais pro socorro,
Vai sofrer, como a lua sozinha,
Ao ver meteoro, além do morro.
Imaginem quem tem alergias,
Sendo ferido por inseto fétido,
Se nem mesmo uma flor diria,
Que o doutor flora é médico.
Dentro da natureza há remédio,
Mas, no fundo, só ela é cura,
Como um brejo é mais que tédio,
Pois é a casa de uma saracura.
Então, venha e visite a cidade,
Mas retorne ao seio dos campos,
Porque a vida quer felicidade,
Pois nela há amor e encantos.
Só não esqueça que tem amigos,
Que se preocupam muito contigo,
E não deixe parentes do umbigo,
Sem tua presença, até sem motivo.