VIVEMOS QUERENDO
Não sei quantas primaveras terei,
Mas sei que serão como os vulcões,
Com as emoções, desde quando voei,
Sobre um mar de lava e paixões.
Sei que minhas asas estão velhas,
Mas as águias é que sabem voar,
E viver com propósito de abelhas,
Tendo o mel que sublima o mar.
Não preciso lembrar de outrora,
E os contrastes de noites e dias,
Se as dores não servem agora,
Pois o vento tem minha agonia.
Tenho ainda propósitos na vida,
Senão já estaria noutra estação,
Pois nessa dimensão sou o conviva,
Ou um louco em verbos e ação.
E enquanto o coração palpita,
Meu dilema é ter de escrever,
Com um sentido de fé que agita,
Mas nem tudo eu sei lhes dizer.
Vivemos querendo ser práticos,
Como se tudo tivesse um manual,
Ou com a máquina em modo galático,
Para estar bem além do portal.
Mas não creio ser peça de carro,
Muito menos uma arma de guerra,
Pois minha alma não é de barro,
Mas é como jarro em uma janela.
Se respiro, é porque estou vivo,
E meu choro, nem sempre é de dor,
Mas no fim, como último suspiro,
Quero apenas a verdade do amor.