CONHECIMENTO LIBERTA
Enquanto o conhecimento liberta,
Cada dogma ou crença prende,
Como a casa sem a porta aberta,
Sob um luar que morto não sente.
Desde cedo me disseram pra ler,
Pois o estudo me diz o que faço,
Para eu sempre poder escolher,
Com critérios de luz e espaço.
Se eu for pétala que guarda o pólen,
Deve ser pelo aguardo das abelhas,
Pois enquanto eu vejo o que colhem,
Há o sonho do mel sobre as telhas.
E ali, junto ao vento que passa,
Terei sol e a brisa das noites,
Onde vou, com a flor que abraça,
Ver corujas, pajés e coiotes.
Se eu for também uma raiz,
Pode ser que o solo aguente,
E se encharque e fiquei feliz,
Com o afago de cada semente.
Mas se planto sementes de vento,
Pode ser que eu colha as chuvas,
Que me vá na poeira do tempo,
Enquanto minha fé for eclusa.
Só então, verei este presente,
Reconectado com nosso passado,
E dizer que me torno ciente,
Do que fui, enquanto aguardo.