FIOS DE VIVÊNCIAS
Tudo se liga no espaço tempo,
Sem regras passadas e futuras,
Mas só o presente é convento,
Onde minha oração é candura.
Nossa inocência é da infância,
Mesmo nascendo desnudos de tudo,
Sem vontades, senão nossa ânsia,
De buscar todo leite que abuso.
Se não nos dão leite, choramos,
Demonstrando ter fome de colo,
Por necessidades que cortejamos,
Pois o colostro é o que imploro.
Nossa vida são fios de vivências,
Pois nem sempre serão realidades,
Onde a lucidez é louca essência,
Nos meandros de rios ou cidades.
Quem puder cavalgar pelo tempo,
Verá que não há carruagens no jogo,
Nem qualquer ideal arrebatamento,
Muito menos a fala na sarça em fogo.
Tudo é simbolismo das dominações,
A querer ter a todos na coleira,
A nos dizer que sombras e orações,
Determinam as verdades primeiras.
Se um estrondo no sol nos devora,
Como posso entender o seu conto,
Se a fornalha nos aquece agora,
É porque não existe um encanto.
Se existe um arquétipo pro sol,
E também outros de terra e lua,
E lhes buscamos como um girassol,
Tudo é místico, mas a vida é tua.