TEMPO CURTO
Quando o corpo se mostra carente,
Nós devemos olhar seus sinais,
Quando os sonhos invadem a mente,
Pesadelos poderão ser normais.
É preciso prever as depressões,
Que chegam sem sinais do sofrer,
Mas tratar com apoio de sessões,
E doutores que leiam seu ser.
O nosso tempo é belo, mas curto,
E não cabe sentimentos de morte,
Pois a morte é um fardo absurdo,
Que não busca razões ou a sorte.
Desde quando nascemos desnudos,
Que o relógio caminha no contra,
Pois nos fala que lá vem o luto,
E por isso ninguém paga a conta.
É melhor a dívida de fazer o bem,
Do que pagar para o outro sofrer,
Pois servir é o melhor de alguém,
E o que serve é feliz sem porquês.
A depressão há de vir do egoísmo,
E da ganância sem a competência,
Pois quem quer tudo com cinismo,
É mais louco que minha decência.
Não se deve viver como o câncer,
Que mata o seu corpo hospedeiro,
Nem ser o escorpião sobre o sapo,
Que não sabe quem morre primeiro.
Desde as fábulas que falam verdades,
Que a humanidade quer mais que pode,
Quer ser divina e com mil vaidades,
Mas um sátiro não é homem nem bode.
Somos apenas um sopro que pulsa,
E, por isso, não devemos só estar,
Porque ter ódio é ser como medusa,
Que ninguém pode olhar ou amar.