QUANDO VEM A ESPADA
Quando a vida é mentira,
Vem a espada de Dâmocles,
E todo poder que ela tira,
Por quem trai desde antes.
Não deixe o poder subir à cabeça,
Senão vão cortá-la numa bandeja,
Até que tu queiras o bem à mesa,
E nem mesmo uma coroa deseja.
Sejais tão simples como a lua,
Que apenas reflete uma poesia,
Ou as centelhas da alma nua,
Onde o Sol lhes traz agonia.
Estar ao lado ou fora da redoma,
Lhes faz refletir sobre o nexo,
Se o amor e a dor não lhes toma,
A razão de ver algo complexo.
Quem está no meio da multidão,
Não vê donde vem toda chuva,
Ou o vento com toda ilusão,
Que vai se perder numa curva.
Queira das relações o amor,
Pois o ódio maltrata e mata,
Seja o colo de réu ou senhor,
Pois há dias até pra barata.
Quem pensou em César eterno,
Não sabia o que há no Senado,
Onde as lâminas sujam o caderno,
Que dirá em um solo sagrado.