DISCENTE E DOCENTE
Gente quer ter vida e prazer,
Enquanto se vão dias e noites,
E todos querem sempre vencer,
Mas estão ao vento em açoites.
Gente quer tudo sem pagar,
Mas a natureza dita o preço,
E ela cobra, mesmo ao luar,
O que, ao sol, nem mereço.
O mundo é simples pra nós,
E só quer equilíbrio e paz,
Mesmo quando é tudo após,
O parto de dor que nos traz.
Há tipos de dores na vida,
E alguns gerarão a alegria,
Se ter algum filho convida,
E ensina ou nos dá nostalgia.
Tudo o que passa é sem volta,
A não ser o giro dos astros,
Que vai nos mostrar o que voga,
E que nem sempre seremos castos.
Mas nesse mundo em que nascemos,
O tempo se faz de um colapso,
Pois o eterno não é como vemos,
Se somos só pontos de um traço.
A eternidade do corpo inexiste,
Pois tudo é energia do encanto,
E essa vivacidade apenas insiste,
Que sejamos o centro do canto.
Estamos num cisco do cosmos,
E a Terra nos quer pra viver,
Se podemos zelar pelos ovos,
Como as aves para sobreviver.
Gentil, devo ser com nós todos,
Pois as guerras são a decadência,
Que devora aos velhos e os novos,
Mas também nos tira a decência.
Somos o corpo discente e docente,
E por isso a vida é aprendizado,
Até quando há saudável e doente,
Pois ser um humano é o predicado.