PELO MUNDO
Quando esgueirei pelo mundo,
Nesse mundo se ia com os pés,
Seja um nobre ou o vagabundo,
Só não ia se fossem os Noés.
Tudo sempre foi muito árduo,
Pois as intempéries castigavam,
Não sabendo carregar o fardo,
Pois as costas não aguentavam.
Tudo veio de modo tão lento,
Mas achamos a roda e o fogo,
E levamos os barcos ao vento,
Mas a arca foi um modo de jogo.
Quem pode me falar de pirâmides,
E como elas foram imaginadas,
Se as Três Marias são unânimes,
Ao ditarem as escalas marcadas?
Eu também lembro das calendas,
E como contavam os dias e anos,
Mas sabemos que há invernadas,
E passam mais cometas em Urano.
Só não sei quais são os cometas,
Pois distante do Sol se apagam,
Mas retornam ao Sol em gametas,
À procura do óvulo que aguardam.
Dentre tantos mistérios e astros,
Nascem entre nós os profetas,
Deixando cometas e os rastros,
Como anúncio do que nos afeta.
Mas todos devemos ter calma,
Para não desvirtuarmos na fé,
Pois não se doutrina uma alma,
Se essa fé é sem mão e sem pé.