PELAS ESTAÇÕES
Todo mês de março é o verão,
Mas é o seu final eloquente,
Como as águas são sua razão,
Na promessa de vida da gente.
Todos cantam pelas estações,
Pois cada uma tem um porquê,
Sendo as marcas das canções,
Pois dizem de frutos e você.
E assim, há inverno e verão,
Mas também outono e primavera,
Temos frio, calor e a emoção,
Como nossa jornada na esfera.
Tudo é giro e tem volta,
Como ciclos da humanidade,
E o mato que tanto brota,
Nos demonstra essa verdade.
Quem não convive com seu lugar,
Vai pensar em mudar o todo dia,
E viver sempre a se lamentar,
Mas sua vida se torna sem guia.
Certamente, nós somos rebeldes,
Sempre em busca da tal perfeição,
Que não chega ao gozo na pelve,
Mas nos diz sobre ter coração.
Nós podemos amar tudo em volta,
Ao saber dosar remédio e veneno,
E conviver com a própria revolta,
De saber que no arco há empeno.
Nada fica de modo estático,
Nem o homem ou a natureza,
E por isso não sou fanático,
Nem vivo querendo a certeza.
Mas eu sei que melhor é amar,
Do que odiar o que está à mesa,
Pois nascemos desnudos de mar,
Que nos fez, mas não é represa.