SEMPRE FOI POR PODER
Como viver num mundo dilacerado,
Pelas vertigens, loucuras e ira?
Como viver iludido ou enganado,
Pelos políticos diante da pira?
Estou aflito com tanta maldade,
E as mortes vãs de cada guerra,
Nessas guerras de dor e saudade,
Sem a validade quando desterra.
Mentem descaradamente a todos,
Falam de sentimentos sem motivos,
Nos tratam como porco e esgoto,
Do alto do Olimpo e seus ritos.
Sempre foi por poder e riqueza,
Mas não admitem aos subalternos,
Enganados pela fé e a certeza,
De que ricos e reis são eternos.
Há quem ache que seja o destino,
Quando alguém nasce sendo pobre,
Mas esquecem de um Jesus menino,
Que nasceu sem afago dos nobres.
A nobreza da época de Cristo,
Só pensava em manter o poder,
Como está escrito ou foi visto,
Mas quem viu não sabia escrever.
Pedro era mais um analfabeto,
E Paulo não esteve com o Rabi,
E se Madalena teve seu afeto,
Só quem viu saberá do que vi.
Somos a continuidade da vida,
E a eternidade de um ancestral,
Onde posso dizer na medida,
Que não sou e nem fui general.
Pode ser que tenha sido mulher,
Pois ser homem hoje é um fato,
Mas se fui um mendigo qualquer,
Só quem viu redigiu o contrato.
Se disserem que fui um bandido,
Qual foi o crime que pratiquei?
Qual a pena por não ter amigos?
Qual artigo que diz se pequei?