RECLAME DE AARON
Aaron ainda estaria entre nós,
Se voltássemos a sermos gente,
Ou libertos de todos os nós,
Que nos afloram o lado demente.
Só na paz haverá bom convívio,
Pois na guerra só vejo a morte,
A não ser quando há suicídio,
E o reclame de Aaron é forte.
Aaron Bushnell é uma andorinha,
Que se imola em mais um incêndio,
Quando a alma reclama sozinha,
O que no coletivo é dispêndio.
Não saberemos os dias futuros,
Quando não estaremos mais vivos,
Se terá luz ou será tão escuro,
Mas suponho que tenha motivos.
Se almejamos haver paraíso,
É preciso tê-lo como jardim,
E pensar ser o solo que piso,
Na pureza de um bom Serafim.
Alguns acham que haja pecado,
Em sair de um ato ou cenário,
Mas a escolha de quem é julgado,
Não me cabe, se sou legionário.
O homem quer ser algo eterno,
E não entende de eternidade,
Pois mata o seu colo materno,
Mata a infância e a liberdade.
Talvez haja tempo para a vida,
Seja em Israel ou na Palestina,
Mas é preciso ser a nova vida,
Sem as armas sobre as retinas.