TUDO TEM O SEU CICLO
Eu sempre dou graças por viver,
E assim a vida pede ser plena,
Mas dando o direito a todo ser,
De viver como deve ser apenas.
Eu me ponho a aprender e ensinar,
Como creio ser bom para todos,
Pois não devo brigar, nem matar,
Se sou filho do Deus de todos.
Deus não toma partido na vida,
E somente nos dá livre arbítrio,
Mas um homem só tem uma vida,
Pois não ganha outra no grito.
Todos vão ser adubo da terra,
Mesmo se alguém for cremado,
Pois aqui o que morre é da terra,
Como o ar que gravita no mato.
Aqui morrem peões e seus reis,
E os ministros ou donos de loja,
Os fazendeiros e até menestréis,
Com suas leis e usura que enoja.
Quem come caviar também morre,
E quem ora em línguas não fica,
Todos viram a seiva que escorre,
Ou fumaça do fogo que aviva.
Tudo tem o seu ciclo no tempo,
E o nosso é breve e sem valor,
Mas a estrela é fóton no vento,
Que no caos nem sabe onde vou.
Temos povos que vivem da guerra,
E na guerra se acham poderosos,
Mas a mão do tempo lhes enterra,
Como os ossos de cães raivosos.