A CASA DOS CÉUS
A casa dos céus aqui é construída,
Com gestos, louvores, fé e amor,
Pois tudo que há está na medida,
E o que fazemos não é um favor.
Semear a amizade e o respeito,
Embora uns queiram a servidão,
Deve ser o norte e o conceito,
Que sirva algo além da ilusão.
Quem tiver sua casa ou um lar,
Deve aprender sobre o servir,
Pois a sombra é de um caminhar,
Como pode ser a hora de dormir.
Quem acorda deve sempre agradecer,
Como deve fazer no final da noite,
E a maravilha de ver o sol nascer,
Na aurora que sai sem que a note.
Contamos os dias como coleção,
Pra dizermos que temos idade,
Ou que somos um jovem ou ancião,
Na certeza de que seja verdade.
Há quem queira viver velozmente,
Mas a vida pede que só andemos,
Sem pressa, pois ela é somente,
E ao contempla-la, nós a temos.
Somos primordialmente primatas,
Não cocheiros de uma carruagem,
Como foi cinderela e as ratas,
Com abóbora, sandálias, viagem.
Não há princesas pelas estrelas,
Nem rainhas e reis em Saturno,
Pois nem Plutão há de vê-las,
Se o caos quase sempre é escuro.
Para brilhar sem os holofotes,
Nós devemos agir com critério,
Sermos como o melhor cachalote,
Mergulhando no mar do mistério.
Só assim, no profundo terreno,
Viveremos pra ver um selenita,
Pois a vida é mais que sereno,
Sendo aurora de quem acredita.