CULPA DA SANDICE
A história é palavra repetida,
Como verdades que imaginamos,
Retratam momentos sob medida,
Até quando não os realizamos.
Tudo está na mão de homo-deuses,
Pois é tudo incutido aos fiéis,
Seduzidos em comas ou êxtases,
Mas cumprindo os rasos papéis.
Tudo é culpa da sandice humana,
Dos que pensam serem imortais,
Mas a eternidade é onde emana,
O que não saberemos jamais.
Muitos querem domar a verdade,
Para crermos em suas falácias,
E torná-los heróis ou saudade,
Mas são como roupas e traças.
Falam mau de quem lhes diverge,
Torturando os que desobedecem,
E os servos com os quais se diverte,
Ao vê-los sofrer, se é que merecem.
Esse é o espírito desses deuses,
Que a humanidade tem de engolir,
Pois assim são ricos burgueses,
Com os trouxas para seduzir.
O futuro inexorável é ser comum,
Pois só assim se partilha o amor,
Mas o capitalista é como o anum,
Quer carniça, mas sem seu odor.
Enquanto houver compra do outro,
Por apenas ter ouro ou dinheiro,
Seremos somente pithecanthropus,
Sem o direito a sermos meeiros.