O QUE GAIA DEPURA
O cerne de Gaia quer nosso respeito,
E o tempo trabalha contra todos nós,
Pois Ela é maior que nosso direito,
E cobra com jeito o que pede a sós.
O que Gaia cria ela mesmo depura,
Basta que não sirvam ao inteiro,
Pois desse modo ela tem a cura,
Se fazendo mar ou até espinheiro.
Os tempos modernos cobram atitude,
Sem guerras e ódio, mas tolerância,
Pois já não vivemos só de virtudes,
Mas de ações a partir da infância.
Somos quase únicos na fragilidade,
Que se dá no início das jornadas,
Mas vem o vigor com a mediocridade,
E nos tornam as bestas indignadas.
Achamos que somos várias espécies,
E esquecemos dos tais cromossomos,
Olhamos o Sol e não vemos a Nessie,
Mas achamos que seja, mas não somos.
Não somos mais do que uma particula,
Diante a imensidão do que não vemos,
Somos o vácuo do átomo ou gotícula,
Se a chuva nem sempre é o que temos.
Se ainda nascem loucos tiranos,
Devemos pensar sobre a educação,
Pois ninguém nasce com planos,
Mas sempre sem frases na locução.
Apenas choramos num grito de dor,
Por causa do oxigênio que entra,
Mas sobra o instinto de bom ator,
E vamos ao seio que nos amamenta.
Depois que crescemos há o passado,
Pois ele dirá o que lá aprendemos,
E ninguém nasce comendo o guisado,
Por isso no amor é que sobrevivemos.
Quem vive o estigma das guerras,
Sempre morrerá antes que o outro,
Pois as armas são como as serras,
Derrubando árvores e mais um pouco.