NINGUÉM SABE TUDO
Nós humanos já não existimos,
Só pensamos em termos poderes,
Só não há mais heróis e destinos,
Nem verdades, homens e mulheres.
Somos só números e algoritmos,
Só uma peça de cada engrenagem,
Nem motores, nem os seus ritmos,
Mas as agonias perante a viagem.
As estrelas continuam no cosmos,
Mesmo com todos desvios da luz,
E nós somos só meros micróbios,
Ante o infinito que tanto seduz.
Ninguém sabe tudo que há no céu,
Nem mesmo sabe o segredo do mar,
Vivem velando os mortos com véu,
Pensando ter um futuro a sonhar.
Eu penso no choro triste ou feliz,
Que marcam as faces das crianças,
Sem saber que somos como aprendiz,
Mas tudo que sei só o olho alcança.
Não lembramos tudo o que vimos,
Pois é muito e eu seria mais louco,
Só por isso nós ainda sorrimos,
E temos a tudo, mesmo sendo pouco.
Nosso Universo é grande demais,
E não saberemos porque vivemos,
Se é um presente ou algo mais,
Mesmo com o passado que tivemos.