ALMEJAR AS ESTRELAS
Esgueirar através do espaço,
Será estranho a um cão sarnento,
Mesmo quando é o que me acho,
E por isso meu uivo é lamento.
Nunca aprendi a ter convívios,
E por isso vou entre as guerras,
Sem saber a mensagem dos lírios,
Se há colunas de neve nas serras.
Se eu vivesse no Monte Olimpo,
Quais mensagens de lá eu teria?
Senão somente o que não garimpo,
Pois o ouro me ilude a alegria.
Através das correntes de vento,
Eu estranho o que já não sinto,
Mas se adentrar num convento,
Talvez sinta o cheiro do absinto.
Deprimido, eu escalo as montanhas,
À procura de um elo com o divino,
Onde vou despedir-me das manhas,
Pois a caridade me quer libertino.
Só poderei almejar as estrelas,
E marcar as viagens pelo tempo,
Se eu apagar as minhas centelhas,
Com as quais queimo-me ao vento.
Eu preciso aprimorar o meu ser,
Já que o estar foi bombardeado,
Por ganância e querer o poder,
O qual nunca nos será decifrado.
Somos nada em quintilhões de luzes,
Sem falar dos planetas que não vi,
Então, vou declamar entre as cruzes,
Pois foi como diabolicamente sofri.
Não pleiteio acreditar em diabos,
Mas respiro pelo bem e mal de Deus,
Que se faz dono de cartas e dados,
Como também dos filhos tão seus.
Se somos livres pra querer e agir,
Nesse arbítrio que é tão decantado,
Em primeira etapa eu devo imergir,
Buscando ser um bom namorado.
Mas se formos gatos escaldados,
Pelo passado e presente convívio,
Será preciso estarmos preparados,
Como novas partituras ou livros.