EM MEIO ÀS BATALHAS
Já não sei se isso é pesadelo,
Mas eu vi os repórteres mortos,
Quando calam até meus apelos,
Oprimido por tiranos tão porcos.
Tudo encerra, até no mar negro,
Com as guerras sem misericórdia,
Mesmo que não lhes tenha apego,
Com fome e sede ou a discórdia.
Nos tempos antigos havia honra,
Para louvor dos deuses no culto,
Como o marujo respeita as ondas,
Pois o fundo do mar é o oculto.
Em meio às batalhas sem orgulho,
O barco afunda em pleno deserto,
Se o imaginário é como mergulho,
Nas águas profundas do incerto.
Nas escaramuças vão os inocentes,
Mas querem crer que sejam os maus,
Mas ver os bebês mortos à frente,
Me diz quem é de verdade do mal.
O mal é a ganância por ouro e terra,
E todas riquezas à beira do mar,
O gás que depõe contra a realeza,
Dos súditos de Deus a nos odiar.
Sob esse disfarce de doce pureza,
Profanam famílias sem lar e sorte,
Mesmo que um dia não haja mais mesa,
Para chorarmos as dores da morte.
A única certeza no mundo é o fim,
Pois o que começa um dia termina,
Seja para reis, faraós, mandarins,
Que o tempo depõe e fulmina.
Odeio quem mata o próprio irmão,
Como no exemplo de Caim e Abel,
Pois seriam atributos do Cão,
Sermos bons somente no papel.
Mas não é o que vemos agora,
Pois se mata sem pudor e sem luta,
A quem quer ficar e não ir embora,
Com o estigma de pretensa culpa.