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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

TRINTA E QUATRO OLIVEIRAS

TRINTA E QUATRO OLIVEIRAS

 

Às vezes preciso externar o ego,

E dizer do amor que está a meu lado,

Mesmo quando sou cego e não nego,

Mas eu vejo e fico encabulado.

 

Amar sem limites é muito sério,

Mas sou uma raiz sob um tronco,

E, de repente, me faço minério,

E vou ser adubo ou me arranco.

 

Eu sei que devo dar bom fruto,

E também fluir como as flores,

Pois o meu defeito é ser bruto,

Mas um bruto apenas em rumores.

 

Em verdade, só quero colo e amor,

E um ombro onde eu posso sorrir,

Na cidade ou no campo ser a flor,

Mas também ser o seu bom colibri.

 

Eu casei, faz tempo e tô velho,

São trinta e quatro giros ao sol,

Que eu pediria a um escaravelho,

Permitir ser só um bom caracol.

 

Quem eu amo tem graça e tolerância,

Pois a filha de oxum é puro dengo,

Mesmo que seja de mel e fragrância,

Mas é harmonia à qual eu me rendo.

 

Dizem que tudo tem nome de bodas,

E a de agora é com as oliveiras,

Melando de azeite o que transborda,

Pois nesse amor somos cordilheira.

 

Meu nome ela sabe de cor e salteado,

E todos os meus vícios e defeitos,

Mas me valoriza pelo que guardo,

Pois somos tesouro e não o confeito.

 

Ela vai reclamar, isso eu já sei,

Se é o seu modo de falar do amor,

E como um servo eu sigo sua lei,

Pois é supimpa no riso e na dor.

 

Seu sangue corre com o meu,

Desde quando somos colméia,

Mas o fogo nos deu Prometeu,

E o mel vem do seio de Reia.

 

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 09/12/2023
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