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Prosas de Braga
Vivências e sonhos de um poeta e eterno aprendiz!
Textos

SONHOS E VERBO

SONHOS E VERBO

 

Um poema, por mais profundo que seja,

Nunca irá revelar tudo a ser mudado,

Como um sol não irá matar quem beija,

Mas aos poucos lhe faz pão tostado.

 

Tudo a se dizer não cabe num verso,

Mas a minha rima sugere que pensem,

Entre os tempos e eras dos verbos,

Sobre tantos que perdem ou vencem.

 

O vento que serpenteia as palhas,

É o mesmo que atiça os incêndios,

E aquele que cada chuva atrapalha,

Leva as gotas e depõem o essênio.

 

Como é frutificar sem ter chuva,

E estar num deserto sem os rios?

Qual o segredo do oasis na curva,

De uma estrada que nunca se viu?

 

Sei que os sonhos me nutrem o verbo,

Mas também colho as versões de Éolo,

Como suspiros que abrem cadernos,

Ou ardis ou segredos de um Otelo.

Poeta Braga Costa
Enviado por Poeta Braga Costa em 09/12/2023
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