NÃO ADMITEM SEREM MAUS
Engraçado esse ser humano atual,
Que atua como fosse em outra era,
Em que ainda se visse neanderthal,
Ou pudesse agir como simples fera.
O certo é que as feras são boas,
E os humanos são apenas os maus,
Como um lobo sob a lua é de boa,
E o lobisomem é uma voz gutural.
O ser humano se acha ser dono,
Mas o cartório do tempo não diz,
E seu registro se vê no carbono,
Mas não explica o cheiro de lis.
O ser humano sonha seu pesadelo,
Pois acredita em duendes anões,
Sonha com o gozo eriçando pelos,
Mas nem sempre serão de emoções.
Os pelos eriçam às vezes no medo,
Ou sob o ato do irmão terrorista,
Que diz estar agindo sem segredos,
Mas está matando sem um analista.
O ser humano é loucura e delírio,
Quando a mistura étnica é furtiva,
Pois cobra as gotas de um colírio,
Para enxergar o amor que cativa.
Mas todos teimam em regar o ódio,
Sem as razões que dariam origem,
De cada dor do passado inglório,
Mas creio ser loucura e vertigem.
Quem enxerga o igual como inimigo,
Deve repensar o que tanto pratica,
Pois os defeitos que levo comigo,
São os que ouço em outra cantiga.
Esse é o humano do mundo de hoje,
Desumano que não admite o que faz,
Vivenciando como gado que muge,
Ruminando o fel como normais.