BEM-VINDOS À SELVA

BEM-VINDOS À SELVA

Somos bem-vindos à selva,

Pois vejo guerras e feras,

Ou são desertos sem relva,

Onde sede e fome prospera.

Tudo agora vem com mísseis,

E eles com lâminas e esferas,

Até que explodam os físseis,

Pelas mãos das bestas-feras.

No mundo de hoje é tudo incerto,

Quando vejo os dedos no gatilho,

Pois só falam de paz no caderno,

Mas os alvos são nossos filhos.

Vejo assassinos até nos ritos,

Como no sacrifício de oferenda,

E matam os que não são ricos,

Pois rico escraviza as prendas.

Usam as armas para desfrutar,

Pois o guerreiro não trabalha,

Apenas corrompe o que vai usar,

Pois o resto morre na batalha.

Já foi o tempo da ingenuidade,

Onde se acredita em fada do dente,

E fogo fátuo era alma e verdade,

Pois todos temiam os duendes.

Mas hoje todos querem o ouro,

E matam para ter mais riqueza,

Caçam e matam por cada tesouro,

Mesmo que o vício seja fraqueza.

Em todos os tempos há o fim,

E tudo muda, menos a ganância,

Pois o desamor sobrevive assim,

Dispondo a vida na beligerância.